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sábado, 27 de julho de 2013

Arcebispo de Moscou prega encontro entre Papa Francisco e Patriarca Kirill

O Papa Francisco na sacada do Palácio Episcopal do Rio de Janeiro, na sexta-feira, 26, pela Jornada Mundial da Juventude


“Nada impede um encontro entre o Papa de Roma e o Patriarca da Rússia”, afirmou o Arcebispo católico de Moscou, Pavel (Paolo) Pezzi, em entrevista ao jornal russo “Kommersant”. O Arcebispo Pezzi considera que as relações entre as duas Igrejas se normalizaram, e que continua a aproximação empreendida durante o Papado de Bento XVI, atual Papa Emérito.

Italiano de nascimento, Paolo Pezzi se naturalizou e tem cidadania russa. Ele foi professor e, depois, reitor do seminário católico de São Petersburgo, e desde 2011 é presidente da Conferência dos Bispos da Rússia. Por sua biografia, Pavel Pezzi tem as melhores credenciais para se alinhar entre aqueles que propõem maior aproximação entre cristãos católicos e ortodoxos.

À pergunta “como em toda a História da Igreja nunca houve um encontro entre o Papa e o Patriarca de Moscou?”, Pezzi lembra a reunião de Paulo VI com o Patriarca Atenágoras de Constantinopla, quando foram retirados os anátemas que as duas Igrejas mantinham mutuamente desde que se separaram no ano de 1054. E o religioso lamenta não ter havido um encontro com qualquer chefe da Ortodoxia russa.

"E quando poderia haver tão esperado evento?", perguntou o jornalista Pavel Korobov, do “Kommersant”. “E quais seriam os passos para que ele ocorra?” – Poderia ocorrer amanhã mesmo – respondeu Pavel Pezzi. – Em princípio, nada impede que venha a celebrar-se.

Segundo dados estatísticos divergentes, existem entre 200 mil e 800 mil católicos na Rússia. Há registros oficiais de 268 padres, três diáconos, 193 frades e 309 freiras no país. De acordo com a Rosstat, agência de estatísticas russa, há 226 organizações católicas e quatro dioceses, sediadas em Moscou, Novosibirsk, Kliment (região de Saratov) e Irkutsk. A região com maior número de católicos é Kaliningrado, com 4 a 5% da sua população professando essa religião.

Na entrevista ao jornal “Kommersant”, o Arcebispo Pavel Pezzi afirma que as relações enytre as Igrejas Católica Apostólica Romana e Ortodoxa Russa melhoraram, e ele não acredita que os avanços serão paralisados. “O Papa Francisco quando era Bispo de Buenos Aires mantinha boas relações com as Igrejas Orientais”, garante Pezzi. “Quando ainda jovem sacerdote”, continua, “Jorge Bergoglio estudou com os greco-católicos, e por isso conhece a liturgia oriental. Tudo isso mostra que o Pontífice não apenas está familiarizado com a tradição oriental da Igreja e com a cristandade oriental, mas que as conhece em profundidade.” E acrescenta o Arcebispo Pezzi: “Isto me dá motivos para pensar que as relações bilaterais continuarão, com Francisco, na mesma linha em que seguiam com seu antecessor, Bento XVI.”

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